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Metaverso: oportunidades na arquitetura e design de interiores

Espaços virtuais compartilhados tendem a revolucionar as relações sociais, comerciais e profissionais nas próximas décadas
Metaverso arquitetura

Metaverso é um termo já conhecido há algumas décadas, mas nunca mais foi o mesmo desde 28 de outubro de 2021. Há quase um ano, Mark Zuckerberg, líder do Facebook, anunciava que a companhia passaria a ser chamar “Meta” em um grande processo de reconstrução de marca.

Zuckerberg disse acreditar que o “metaverso será o sucessor da internet móvel”, pois se trata de uma quebra de paradigma em que “poderemos sentir como se estivéssemos ali presentes com as pessoas, não importa o quão distantes estejamos”.

Independente das motivações que levaram a gigante de tecnologia a fazer essa mudança de rumo, a simples troca de nome atraiu os holofotes para um conceito que andava, digamos, esquecido. As próprias pesquisas no Google sobre o metaverso são um bom parâmetro para isso.

Até abril de 2021, em uma escala de 1 a 100, o interesse pelo termo “metaverso” jamais atingiu a casa de dois dígitos. Após o anúncio do Facebook, a procura cresceu assustadoramente, chegando a atingir o pico de interesse (100) nos primeiros dias de janeiro deste ano.

Você certamente já ouviu falar muito deste assunto nos últimos meses, mas saberia explicar o conceito de metaverso e compreender as oportunidades que os espaços virtuais compartilhados podem abrir para os profissionais de arquitetura e design de interiores?

No post de hoje do Blog da Fani, vamos discutir o metaverso e o impacto dele para a área de arquitetura e design de interiores, afinal, vale refletir: como transformaremos os sonhos dos nossos clientes em realidade – e em que realidade – no futuro?

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O que é metaverso?

Afirmar que o metaverso se resume a uma realidade virtual e paralela, com ares de filme de ficção científica, é uma forma muito simplista e reducionista de se enxergar este conceito, pois não se trata de um único local, produto ou serviço com limites e aplicações conhecidas e definidas, pelo contrário, ele pode ser o que queremos que ele seja.

O metaverso é, antes de mais nada, uma ideia, uma maneira de se pensar – ou melhor, repensar – as relações (sociais, comerciais, profissionais…) que estabelecemos uns com os outros. É a adaptação a cada caso, cenário ou contexto que vai definir exatamente a aplicação prática do conceito.

Para mudar hábitos, métodos e práticas, o conceito se apoia em tecnologias que quebram barreiras físicas e aceleram processos digitalmente, abrindo as portas para aplicações práticas de Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês), Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), 5G, entre muitas outras.

Todos estes avanços são importantes para ajudar a complementar uma conjuntura em que, até então, estávamos acostumados a lidar com uma realidade apoiada – senão totalmente, ao menos parcialmente – em relações, ativos, passivos e valores físicos, presenciais, inclusive em termos de lastro.

Com o metaverso, a ideia é complementar – ou até eventualmente substituir – toda essa cadeia de valor da “vida real” por elos equivalentes no mundo digital, de forma que seja possível estabelecer as mesmas ou até mais relações e gerar valor em ativos tidos, até então, como intangíveis.

Pensando assim, você não mais precisaria estar fisicamente em um show para poder desfrutar da sua banda favorita. Aliás, essa banda não precisaria sequer ser uma que existe no mundo físico, mas sim “avatares” criados para este universo digital compartilhado.

Também não precisaria pagar por esse hipotético show com um dinheiro habitual, pois até a moeda como intermediária das negociações não precisa ser a mesma do mundo físico, já que as transações poderiam ser feitas a partir de criptomoedas – o que gera toda uma nova escala de valor, como é o caso dos criptoativos, NFTs etc.

Como essa tendência pode impactar a arquitetura?

Você deve estar se perguntando o que a quebra de paradigma proposta pelo metaverso pode ter a ver com a arquitetura, afinal, as necessidades físicas e presenciais dos clientes desta área sempre vão existir. Por que, então, migrar ou considerar uma atuação digital?

É importante compreender que as oportunidades abertas pelo metaverso não necessariamente têm a ver com soluções exclusivamente físicas ou digitais, afinal, uma das grandes virtudes do profissional de arquitetura e design de interiores é a habilidade de observar e projetar soluções sob medida para os clientes.

Por mais inovações que as aplicações baseadas no metaverso possam trazer, as relações estabelecidas neste universo serão sobretudo humanas, portanto, haverá uma grande demanda por profissionais que saibam interpretar os gostos e as necessidades das pessoas.

Criar espaços compartilhados digitais vai exigir muito mais do que a capacidade de programar estas conexões na interface do ponto de vista da computação, mas também vai demandar noções de experiência do usuário, distribuição e otimização de espaço, harmonização e combinação de cores, promoção do bem-estar… Desafios que você, no dia a dia, está mais do que acostumado.

O valor da arquitetura e a ponte entre o mundo físico e virtual

Como dissemos acima, a arquitetura será fundamental para o avanço de aplicações práticas baseadas no metaverso porque é uma das áreas que mais pode contribuir na construção de uma “ponte” entre o mundo físico e o virtual.

Recentemente, este campo do saber já incorporou diversas ferramentas que se aproximam da ideia do metaverso, como é o caso dos óculos de VR para apresentar aos clientes os 3Ds dos projetos em uma perspectiva totalmente diferente, além de aplicações da Modelagem da Informação da Construção (BIM, na sigla em inglês), o que permite representar uma obra, por exemplo, do planejamento à execução, com uma capacidade de absorver, cruzar e integrar um grande volume de dados.

Do ponto de vista da atuação específica na área, os conceitos do metaverso podem contribuir com mudanças significativas na interação com os atuais, ex e potenciais clientes, da exibição do projeto em realidade virtual à forma de pagamento.

Nem mesmo o projeto em questão necessariamente precisaria ser uma edificação física e permanente, pois você poderia ser contratado para projetar um imóvel “digital”, que poderia existir em tempo real associado a um evento ou tema. Isso vai te levar a atender a um público-alvo com demandas e expectativas possivelmente novas e diferentes.

Lidar com o novo, seja qual for o espaço de aplicação, vai exigir de qualquer profissional não só a habilidade e sensibilidade de processar informações, mas também a capacidade e disposição de absorver novos conhecimentos, processos e métodos.

Investir em capacitação, não só em temas relacionados à arquitetura e decoração de interiores em si, mas em temas multidisciplinares e conectados com a transição verde e digital em curso no planeta, vai lhe aproximar cada vez mais do metaverso.

Viu só como o metaverso não é bicho de sete cabeças? Mais do que uma realidade virtual para reunir pessoas e marcas na forma de avatares, o conceito abre a oportunidade de gerar valor neste universo.

Quanto antes você se preparar para absorver estes conceitos e projetar soluções para necessidades humanas, que sempre existirão, mais próximo você estará de tirar proveito – inclusive financeiro – deste novo cenário!

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